Imagine, em pleno sertão baiano, em uma região agreste, porém bela, onde predomina a falta d´água, encontrar cidades como Cipó, estância hidromineral que mais parece oásis. Esta cidade assemelha-se a bonitos jardins que emergem em plena caatinga, como uma dádiva para aqueles que procuram se refugiar em locais agradáveis, próprios para o turismo. Situada à margem direita do rio Itapicuru, Cipó fica a 242 km de Salvador, no nordeste baiano, e ainda guarda resquícios de tempos áureos, da década de 50, época dos cassinos que impulsionaram por algum tempo o turismo na região. A importância desta estância no cenário nacional pode ser avaliada com a inauguração do Grande Hotel Caldas de Cipó. Empreendimento grandioso que até hoje chama a atenção pela imponência de sua arquitetura, o hotel levou oito anos para ser totalmente construído e foi inaugurado em 24 de junho de 1952, pelo então presidente da República Getúlio Vargas.

Fonte: http://www.visiteabahia.com.br/

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ASSIS CHATEAUBRIAND, GUIMARÃES ROSA E CALDAS DE CIPÓ

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido como Assis Chateaubriand, ou Chatô foi um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1950, se destacando como jornalista, empresário, mecenas e político. Foi também advogado, professor de direito, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras.

João Guimarães Rosa, mais conhecido como Guimarães Rosa foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.

No ano de 1952, Rosa é convidado por Assis Chateaubriand para, na condição de líder de vaqueiros, para receber o Presidente Getúlio Vargas num gigantesco encontro de “encourados”, o que vinha a atestar o sucesso do projeto deliberado de aderir à imagem de escritor a figura do vaqueiro. Observemos a carta de Rosa ao pai, Florduardo, relatando o inusitado evento:

Em Caldas-do-Cipó, pude ver reunidos – espetáculos inéditos, nos anais sertanejos e creio mesmo que em qualquer parte – cerca de 600 vaqueiros autênticos dos “encourados”: chapéu, guarda-peito, jaleco, gibão, calças, polainas, tudo de couro, couro de veado mateiro, cor de suçuarana. /.../ Fui com Assis Chateaubriand, que é o rei do (sic) entusiastas, e tive de vestir também o uniforme de couro e montar a cavalo (num esplêndido cavalo paraibano), formando na “guarda vaqueira” que foi ao campo de aviação receber o Presidente Getúlio Vargas. A mim coube “comandar” os vaqueiros de Soure e de Cipó (!).
(ROSA, 1983, p. 171-173)

FOTO DE GUIMARÃES ROSA MONTADO A
CAVALO EM FRENTE AO GRANDE HOTEL

2 comentários:

  1. "E tive de vestir também um gibão de couro" essa colocação dá ideia da dimensão e a importância do evento, quando para seguir na homenagem sertaneja o visitante sabia que teria de trajar-se conforme para participar da festa. O smook do vaqueiro, muito bem detalhado pelo escritor acostumado a narrar sobre os sertões de Minas, parece que só em Cipó teve a experiência de usar tal indumentária.
    Guimarães Rosa vestiu- se deCipó/ Soure nessa hora.

    ResponderExcluir
  2. Banho minh'alma de alegria, ao ler o rico relato aqui exposto e a valorização que ele, Rosa, deu a Caldas de Cipó, enaltecendo-a como esta merecia.
    Obrigado Guimarães Rosa, pela honrosa visita e pelo som das palavras a esta terra tão bem escrita por ti.

    EM CALDAS DE CIPÓ deveria existir NO MINIMO, um busto desse maravilhoso escritor "BRAMINEIRO".

    Carlos Silva
    Poeta cantador, Cidadão Cipoense

    ResponderExcluir