:: CIPÓ NA VEIA ::
Cipó, Caldas de Cípó,
Imagine, em pleno sertão baiano, em uma região agreste, porém bela, onde predomina a falta d´água, encontrar cidades como Cipó, estância hidromineral que mais parece oásis. Esta cidade assemelha-se a bonitos jardins que emergem em plena caatinga, como uma dádiva para aqueles que procuram se refugiar em locais agradáveis, próprios para o turismo. Situada à margem direita do rio Itapicuru, Cipó fica a 242 km de Salvador, no nordeste baiano, e ainda guarda resquícios de tempos áureos, da década de 50, época dos cassinos que impulsionaram por algum tempo o turismo na região. A importância desta estância no cenário nacional pode ser avaliada com a inauguração do Grande Hotel Caldas de Cipó. Empreendimento grandioso que até hoje chama a atenção pela imponência de sua arquitetura, o hotel levou oito anos para ser totalmente construído e foi inaugurado em 24 de junho de 1952, pelo então presidente da República Getúlio Vargas. |
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
terça-feira, 24 de maio de 2011
A CONQUISTA DE UM HOMEM! A PRIMEIRA VIAGEM DE CARRO AO NORDESTE DA BAHIA!
Na foto de cima pode-se observar o primeiro automóvel a vim ao nosso município. |
Mais uma vez o ilustrado cirurgião baiano Dr. Genésio Salles em companhia do Sr. Francisco Ribeiro Pacheco, proprietário da Garage Elite e dois garimpeiros contratados, num gesto de desprendimento e numa batalha decisiva, resolvem demonstrar aos poderes públicos que se podia construir uma rodovia até Cipó, aproveitando, em grande parte, aquela que a natureza oferecia.
Decisão tomada, disposição de espírito e corpo alicerçadas na convicção da vitória do “Raid”, servem-se de um “Cleveland” de 45.H.P. e transportam-no, por via férrea, para o cajueiro, ponto de partida da nova e arrojada excursão.
Partindo de Cajueiro a 14 de Julho para Villa Rica, Boa Vista, Mucambo (acredito que era o antigo nome de Olindina), Payayá e Soure, no dia imediato atingia Cipó. Não foi sem tormentos que venceu com seus companheiros tão longa travessia sob o fogo intensíssimo das areias escaldantes e, por vezes, a lama dos invernos do sertão. Também não faltaram as apostas vultosas de tabaréus e outros de que o ousado excursionista não lograria êxito. A prova era tão convincente, que as primeiras nove léguas o bravo “Cleveland” correu a 80 km/h. Era o sinal da odisséia... e a caatinga virgem foi a derivante de que serviram os viajantes, tendo como bússola as árvores de maior porte, para se livrarem dos tocos, barrancos, sulcos profundos e outros obstáculos que entravam o percurso das nove léguas restantes.
Entre a agressão dos vegetais cobertos de espinhos, a lombada dos barrancos mais altos, muitas vezes sentiram os viajantes que o bravo “Cleveland”, como se fora um árdego esquipador da zona, empinava-se todo como se pretendesse saltar ou atirar longe seus ocupantes, procurando vencer a rudeza da primitiva estrada. Em luta constante com a natureza bruta, estava a máquina de tão complexa e delicada concepção mecânica. Mas a “estrada inimiga”, como a chamou o próprio Dr. Genésio Salles, que os forçara a entrar na caatinga, foi corajosamente enfrentada em seu matagal cerrado.
Finalmente, sob mil e um tropeços e perigos, viram os tabaréus, entre atônitos e pálidos, um automóvel em sua região a causar-lhes tanto pavor... Mas uma légua antes de Mucambo, a viagem começa a enfrentar peripécias inesperadas da rude estrada natural; entretanto conseguem chegar a Payayá, onde pernoitam com as mãos calosas e o corpo estafado do árduo trabalho de deslocamento e remoção de tudo quanto entravava a marcha do mais valente dos companheiros: o “Cleveland”. Não obstante o povo da zona profetizam que do Payayá a Soure os viajantes não venceriam a estrada, com o concurso dos moradores, que receberam os excursionistas com excepcionais homenagens e sob as melodias da filarmônica local, bombas e foguetes, o percurso foi realizado com os obstáculos anteriores e já citados. Convém destacar aqui a ruidosa homenagem prestada ao Dr. Genésio Salles em Soure, que tanto contraste oferecia com a tristeza que dominava a cidade àquela época. E o “Cleveland”, pela primeira vez, adornou-se de folhagens e de flores do sertão, como se fora um príncipe sob carícias da Corte.
Daí a marcha vitoriosa para Cipó em seu longo trecho arenoso. Muitos habitantes da zona receavam o insucesso da viagem, por isso alguns os acompanharam a cavalo como vigilantes e prontos a socorrê-los. A não ser por duas vezes, foi necessário o auxílio destes espontâneos companheiros. O “Cleveland” não respeitou o areal, que tanto atemorizava naquela época construtores de estradas e viajantes. Trepidando e retorcendo-se sob a pressão do motor em velocidade cumpria o “Cleveland” galhardamente a missão, chegando ao Cipó sob as mais empolgantes demonstrações de apreço, alegria de sua população, o estourar dos foguetes e as melodias da infalível filarmônica. Banhistas e povo associam-se e prestam expressiva homenagem aos excursionistas num banquete de cinqüenta e cinco talheres, além de muitas outras residências particulares, prolongando as festividades e as provas de carinho ao seu grande benfeitor e desbravador, o Dr. Genésio Salles.
E foi assim que se traçou a moderna rodovia que hoje serve ao Cipó, Paulo Afonso e Municípios intermediários. Seria demasiado neste trabalho enumerar ou rememorar todos os detalhes ou obstáculos vencidos para realização dessa primeira viagem em automóvel ao Cipó, todavia a imprense de Salvador e outros Estados registraram-na com especial carinho em extensos noticiários, celebrando, também, o primeiro “raid” em automóvel como o fizeram com a primeira viagem em carro de boi.
De regresso, os excursionistas mudam de rumo...
O intinerário foi: Cipó – Nova Soure – Manga – Serrinha.
Rumando para Tanque e daí para Manga, lugar sem água e sem habitantes, foram dez léguas por tabuleiro de areia. Patinando o “Cleveland”, por vezes empurrado (Ver “A tarde” de 26-8-1926), foi com doze garrafas d’águas “Salutaris” que o autmóvel venceu quatro léguas, devido a um acidente provocado por um toco, que lhe abrira a torneira do radiador naquelas paragens sem água. É possível que outro motor ou automóvel já tenha bebido água mineral, mas do nosso conhecimento este é o primeiro. A seguir perde-se o bujão do tanque de óleo e um capuco de milho substitui tão importante peça. Por outro lado, o óleo de rícino substitui o óleo derramado! Mais adiante, arromba-se o tanque de gasolina, porém o massapé encarrega-se de obstruí-lo...
Por General José de F. Lobo
segunda-feira, 23 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
CALDAS DE CIPÓ NA REVISTA CARTA CAPITAL
CartaCapital (de 4 de maio, nas bancas) pesquisou fundo para resgatar a história do antigo balneário de águas termais, sulfurosas, radiativas, ricas em cálcio, magnésio e lítio, de grandes efeitos terapêuticos, numa época em que os antibióticos não tinham ainda se popularizado. Nasceu como Vila do Cipó, depois batizada de Mãe D´Água do Cipó e, em 1935, já transformada em estância hidromineral, Caldas do Cipó. Hoje simplesmente Cipó, com pouco mais de 15 mil habitantes, uma população que pouco usufruiu dos tempos gloriosos do balneário, que teve seu auge nos anos 1930 e 1940.
Fonte: Jornal Grande Bahia - Materia: Oldack de Miranda - Jornalista, escritor (foi co-autor do livro biográfico Lamarca, Capitão da Guerrilha), é Assessor de Comunicação e Ouvidor Especializado do DESENBAHIA – Agência de Fomento do Estado da Bahia S.A. Publica diariamente textos jornalísticos e artigos no blog Bahia de Fato. Postagem: Flavinho Leone
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/noticias-de-lugar-nenhum
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
A IMAGEM INTERNA
"Esse é o blog dos pensamentos, visões, lembraças e imaginário de Nori Cruz. Faça uma visita e ao som de Sertões Sertões de Wilson Aragão mergulhe em um universo paralelo onde Caldas de Cipó nos orgulha de sermos como somos."
___________________________________________________________________________________
Uma das minhas grandes paixões, ainda é o Radium Hotel de Caldas de Cipó, 240 km de salvador e, o que está ou estava lá dentro.
Na parte do hotel, cada azulejo português, a linda estátua, os talheres, o piano, enfim, o ambiente todo modernista, estilo art déco, é uma parte da cultura cipoense que é alheia, inclusive aos estudantes da região, que muito necessita de temas para artigos, monografias e afins...
Não imaginam quantos na hora do sufoco, me procuram ou ao professor Evandro, para falar de Cipó. Este, dos tempos clássicos do Cassino, Radium Hotel, Getúlio Vargas, banhistas e, em mim, a procura por fatos antecedentes a este período, nas raízes afrodescendentes das áreas ribeirinhas do Itapicuru, bem como o próprio tempo e, em linhas gerais, a história do município, como um todo.
Falar em cassino, após a tristeza da Família Salles ter deixado a cidade que praticamente foi um presente dela, que ainda através de mim, deu o terreno ao lado do Grande Hotel à prefeitura para a construção da Casa da Cultura Genésio Salles.
De tudo, foi aproveitado apenas a movimentação da época do Cine Leone que, nos períodos fora de amostras de filmes, servia como bar e o grande snooker, lindos quadros e o salão encerado, ainda se podia passar, entrar, tomar o refrigerante crush e viver cada ponto de cultura, ali existente.
Também, hei de se falar que, segundo os mais velhos e, acho que é lenda, duas estátuas que se encontravam ao lado, seriam de moças xingadoras dos pais. São apenas lindas estátuas no estilo antropozoomórfico e uma terceira em homenagem ao primeiro automóvel que este em Cipó, servindo de "santo casamenteiro".
Também dizem que antes do Radium Hotel, tinha uma igreja e que lá, um boi entrou e encheu de sangue e, as coisas do município, envolvendo política, religião, artes e afins, só melhorariam quando o Rio Itapicuru enchesse e chegasse ao local do sangue do pobre boi.
Foi assim mesmo? Do jeito que está o rio... Coitado!
O pior de tudo é que entra ano e sai ano e o Radium Hotel já está nascendo árvores em suas paredes, não precisando de profecia para anunciar que em pouco tempo, infelizmente, estará uma placa por lá: "Vende-se este lote... Sem entulhos!"
domingo, 23 de maio de 2010
IGREJAS
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
LEMBRANÇAS DO GRANDE HOTEL DE CIPÓ
Quarta-feira quase oito da noite. Vocês acreditam que em 1952 o então presidente Getulio Vargas, inaugurou o Grande Hotel de Cipó, em uma estancia hidro mineral que fica a pouco mais de 200 quilômetros de Salvador?
Este era o Grande Hotel de Cipó, inaugurado pelo presidente Getulio Vargas, tinha cassino, águas e banhos termais e, durante muitos anos foi o melhor hotel da Bahia. Em Salvador não tinha um hotel da categoria dele. Eu ia com meus pais, todos os anos no mês de julho. Vinham pessoas de todo o nordeste brasileiro, embora as estradas fossem precárias.
___________________________________________
Fonte: Blog de Mário Kertesz Fotos: (arquivo Flavinho Leone)
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
ASSIS CHATEAUBRIAND, GUIMARÃES ROSA E CALDAS DE CIPÓ
(ROSA, 1983, p. 171-173)
CAVALO EM FRENTE AO GRANDE HOTEL
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
PONTOS TURÍSTICOS
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Caldas de Cipó é muito conhecida pelas suas águas termais, o Grande Hotel (inativo),O Balneário (coberto pelo mato) entre outros. Além das águas termais, nossa cidade é abençoada por outras águas. Esquecendo um pouquinho da água que chega aos lares cipoenses (muito ruim), vamos apresentar uma outra cidade, conhecida por poucos. Muita gente conhece a praia do Mangue Seco, indo para o Amari, ou então a Bica do Curral Novo, só que no caminho para esses lugares temos verdadeiros oásis à beira do rio Itapicurú, como a ponte quebrada, localizada a uns 5 quilômetros do centro da cidade, construída nos anos 90 e destruída, em parte, pela força das águas, local propício para prática da pesca e do mergulho; 7 quilômetros depois, entramos na Roncaria, local paradisíaco com uma pequena queda d’água, sombreada por um paredão de árvores, inclusive com uma área de grama rasteira ideal para a prática de camping, mais 5 quilômetros depois da Roncaria temos a Bica do Curral Novo, lá você encontra o bar do Galego com uma cervejinha gelada e galinha caipira feita na hora. Vamos aproveitar o que a natureza oferece, sem destruí-la. Preserve o meio ambiente, seus filhos e netos agradecem.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Matéria: Flávio Leone / Fotos: www.arildoleone.com